"Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas." Eclesiastes 11:9

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Rogo aos Jovens

1 João 2:14 - "Jovens, eu vos escrevi por que sois fortes."

Rogo aos Jovens
 
As epístolas de Pedro são notadamente conhecidas por tratar dos sofrimentos que os cristãos em toda terra padecem em favor do nome de Cristo. Alguns dão bastante ênfase à palavra de Pedro aos presbíteros. Poucos, entretanto, atentam para uma palavra especial, dedicada aos jovens: “Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos de toda humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a Sua graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que, em tempo oportuno ele vos exalte” (1 Pe 5:4-5).
 
Servo de Deus
Pedro conhecia seu chamamento. O Senhor o buscou à beira da praia, para fazê-lo pescador de homens (Mc 1:16-17). Ele foi designado para ser apóstolo (Lc 6:13). Pedro, quando imaturo, sentia-se forte e absoluto por seu chamamento, mas negou o Senhor, mesmo diante das pessoas mais simples (Mt 26:35, 74). Ao ressuscitar, o Senhor mandou uma palavra a Seus discípulos e a Pedro, em especial (Mc 16:7). Ele viu o Senhor, ainda naquele dia, mas, após poucos dias, desistiu de tudo e foi pescar (Jo 21:3). Depois do Pentecostes, depois do crescimento da igreja em Jerusalém e do estabelecimento das igrejas na Judéia, Pedro ainda era capaz de resistir ao Senhor e manter sua posição a respeito do que o Senhor lhe falava (At 10:14). Os evangelhos, o livro de Atos e até mesmo a carta de Paulo aos gálatas apontam tantas situações e manifestações adversas de Pedro, que parecia impossível que ele pudesse avançar no Senhor. Em suas epístolas, entretanto, vemos uma pessoa diferente. Pedro foi transformado por meio das várias provações por que passou. Por fim, podia ajudar outros, de maneira humilde, como Deus queria, e não segundo sua própria vontade (1 Pe 5:1-3).
Jovens, nós fomos chamados! O Senhor nos escolheu e nos predestinou para uma viva esperança (1 Pe 1:3). O mesmo Deus que operou eficazmente em Pedro, e o tornou maduro, estável e útil, quer trabalhar em nós. Precisamos estar abertos ao operar de Deus. Esta abertura não se dá por repetirmos algumas palavras de ordem ou “pularmos” em algumas reuniões. De maneira prática, se você deseja que Deus faça algo em sua vida, você deve submeter-se aos mais velhos, especialmente a seus pais e aos irmãos responsáveis da igreja em que se reúne. Você também precisa cingir-se de humildade no trato para com outros jovens, isto é, abandonar todo tipo de competição, de comparação, de auto-exaltação. Você precisa abdicar dos modismos, das “panelinhas”, das coisas que o separam, de alguma forma, de outros jovens e irmãos da igreja.
Esta palavra é apresentada por Pedro como um rogo, e não na forma de mandamento. O jovem que atende a este rogo tem uma porta aberta para se tornar um servo de Deus, experimentado, genuíno, como Pedro se tornou. Ser um servo de Deus não é uma questão de ser treinado ou obter alguma informação especial, mas de conhecer Deus, desfrutar Deus e ser transformado. Todos somos filhos de Deus, e Ele nos ama. Mas chegará o dia, em que o Senhor, como reto juiz e sol da justiça, terá de distinguir entre aquele que O serve e aquele que não O serve, entre aquele que amadureceu e aquele que permaneceu insubmisso (Ml 3:18). Jovens, ouçamos o rogo de Pedro, e do Senhor, e tomemos este caminho, pois, assim, o Deus de toda graça, depois de termos sofrido por um pouco, nos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar (1 Pe 5:10).
 
O Sacerdócio Real
O objetivo de Deus, ao apresentar-nos essa direção, não é apenas fazer-nos pessoas boas, corretas. Ele deseja gerar ministros que sirvam à igreja, que é Sua casa. Pedro nos mostra que fomos feitos pedras que vivem a fim de sermos edificados casa espiritual e sacerdócio santo (1 Pe 2:5). No antigo testamento, o sacerdócio santo foi dado à casa de Arão, e o serviço da casa de Deus à tribo de Levi. No meio de uma situação de confusão e rebelião, Arão foi o primeiro a tomar o lado do Senhor, e a tribo de Levi o seguiu. Eles estavam dispostos a tratar com a própria carne em favor dos interesses de Deus (Ex 32:26-28). Hoje, nós somos uma nação santa, sacerdócio real, povo de propriedade exclusiva de Deus. Por isso servimos a Deus, pois somos de Deus (1 Pe 2:9).
Vários jovens entre nós têm obtido sucesso em seu serviço na propagação do evangelho do reino. Alguns na África, outros na Europa e até mesmo no Canadá. Muitos têm recebido responsabilidade na igreja em sua cidade, e desempenham bem seu serviço. Por outro lado, muitos estão galgando posições importantes nas organizações seculares. São pós-graduados, mestres e PhD’s. Ainda jovens, já ocupam cargos de confiança em instituições financeiras e multinacionais. Tudo isso é resultado da bênção de Deus. Entretanto, precisamos ser sóbrios e vigilantes, para que nenhum de nós se exalte, e venha a sucumbir ao engano do inimigo (1 Pe 5:8). Antes, devemos reconhecer que tudo o que recebemos vem de Deus, pertence a Deus e é para a igreja, a casa de Deus. Além disso, o Senhor quer produzir um sacerdócio real, um serviço corporativo, onde nenhum sacerdote aparece, mas somente o Senhor é manifestado.
Nosso sacerdócio real consiste em que sirvamos hoje, com toda humildade, para que, na volta do Senhor, recebamos o galardão do reino. A igreja é a realidade do reino dos céus. Sua manifestação será no reino milenar. Quando o Senhor se manifestar em glória, então seremos glorificados com Ele, e receberemos nossa porção como co-reis (Cl 3:4). Até lá, porém, somos sacerdotes, ministros, e nossa única porção é o Senhor (Nm 18:20).
 
Humilhai-vos
 
Pedro, de fato, foi transformado. O resultado de sua experiência, escrito em suas epístolas, é um modelo para nós. Estamos sobre os ombros de Pedro e das gerações passadas. Não precisamos sofrer para perceber que devemos humilhar-nos sob a poderosa mão de Deus. O mundo nos ensina a buscar lugares mais altos, ser agressivos, obstinados, ser os melhores, bem sucedidos. Nós, porém, já vimos nosso lugar em Cristo. Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5:7). Agora buscamos uma consagração genuína, diária, pois, se com Ele sofremos, com Ele também reinaremos. Por isso, devemos praticar a Palavra com sinceridade e pureza de coração, recebendo a direção dos irmãos responsáveis e servindo a igreja com toda humildade. Jovens, quando aprendemos a lição da humilhação, o caminho é aberto para alcançarmos nossa herança, nossa coroa, sem mácula, incorruptível, que está reservada nos céus para nós (1 Pe 5:4; 1:4).

Fonte: Jovens de Brasília.